Do que foi
que o palestrante falou? A palestra mal acabou e eu já não lembro mais o que
foi dito!
Já aconteceu
isso com você? Porque será que isso acontece?
Esse “esquecimento”
pode ter várias causas:
- A palestra
foi mal estruturada e abordou uma porção de assuntos, sem fazer a ligação entre
eles, ou sem que eles tivessem alguma conexão, entre si;
- O
palestrante não enfatizou os pontos principais, pontos chaves, de sua palestra;
- O material
de apoio (Powerpoint) tinha uma enormidade de textos e o palestrante leu o tempo
todo;
- O
palestrante utilizou palavras que você não conhecia;
- O assunto não
era do seu interesse;
- O
palestrante não levou você a refletir sobre o assunto que estava abordando;
- A palestra
foi encerrada com um: “Era isso que eu tinha a dizer. Obrigado”.
Vamos refletir
sobre cada uma dessas razões?
- A
estrutura da palestra:
Penso que já
comentamos isso em postagem anterior, mas vamos retomar, porque é muito
importante.
Ao preparar
o roteiro da palestra, relacionamos os assuntos em ordem pedagógica, isto é, numa
sequência lógica, começando do mais simples. Deixamos clara a relação de cada
assunto com o seguinte. Caso não haja essa relação, finalizamos bem um assunto,
fazendo uma breve conclusão, em que resumimos o que foi dito até ali. Só então passamos
para o próximo assunto. Com isso, conseguimos que a abordagem não fique
confusa.
- A ênfase
nos pontos chaves:
Os pontos
mais importantes da palestra, aquilo que precisa ficar claro para todos, deve
ser repetido. Mas precisamos ter o cuidado de não tornar a palestra cansativa e
chata. As
repetições devem ser planejadas para usarmos abordagens diferentes.
Repetimos os pontos chaves, mas com palavras diferentes e por aspectos diferentes.
- Muito
texto e leitura do material de apoio:
Esse é um
problema muito comum. Talvez por insegurança ou por medo de esquecer-se de algo
importante, muitos palestrantes preparam, no Powerpoit, slides carregados de
texto. Durante a palestra, ficam de costas para o público, lendo o slide.
A memória,
da grande maioria das pessoas, grava ideias, não palavras escritas. Quando a
palestra inteira é constituída de palavras escritas, quase ninguém guarda nada.
Provavelmente, muitos dormirão durante a apresentação, ou seus pensamentos irão
viajar pelo infinito céu azul de suas boas lembranças, ou pelo céu cinza de
suas preocupações. Abordaremos esse assunto mais a fundo, quando falarmos da
preparação de material de apoio. Por ora, basta lembrar que “palestra”
significa “bate-papo”, e não é momento de “leitura comunitária”.
- Palavras
desconhecidas:
Já falamos
disso em nossa postagem anterior: Cuidado com o ruído cultural. Precisamos utilizar
palavras e expressões que o nosso público conheça. Se usarmos alguma palavra
que talvez seja desconhecida, devemos esclarecer seu significado. Senão nossa
palestra acaba se tornando “grego” para o público.
- O ouvinte não tem interesse pelo assunto:
É verdade
que esse ponto depende mais do ouvinte, que do palestrante. Entretanto, se o
assunto for abordado adequadamente, poderá despertar o interesse.
Por exemplo:
temos feito palestra nos chamados "Cursos de Noivos". No geral, alguns daqueles ouvintes,
não estão na sala de boa vontade. Gostariam de estar namorando ou
passeando, e não de estar ouvindo palestras num Sábado à tarde.
Se o palestrante
começar a falar de Doutrina da Igreja, seguramente não vai despertar o
interesse. Ao invés disso, vai criar um ruído psicológico (lembra-se).
Entretanto, se for bem humorado e se falar de vivência, comentando os problemas
experimentados em sua vida, que estratégias usou para superá-los, estará
falando de algo que é interessante para todos. O ouvinte passa a ver o
palestrante como alguém igual a ele, que também tem problemas. A palestra se
torna um “estudo de casos”. Isso, geralmente, desperta interesse.
Quando o
ouvinte percebe que há algo de útil na palestra, deixa-se cativar e passa a
prestar atenção. Quem presta atenção memoriza.
Depois que tivermos
cativado o ouvinte, se fizer parte do roteiro falar sobre moral ou Doutrina da
Igreja, falaremos e seremos ouvidos. O palestrante será um amigo, e os amigos
podem falar de qualquer assunto!
- Faltam propostas
de reflexão:
Se passarmos
todo o tempo enumerando e discorrendo sobre as nossas verdades, tentando
descarregar um caminhão de informações nas cabeças dos ouvintes, é provável que
percamos nosso tempo. Mas então, o que fazer?
O melhor é
usarmos os ganchos, como dissemos na última postagem. Intercalar interrogações,
fazer perguntas que levem o público a refletir. Ajudar o ouvinte a construir o
conhecimento. Lembrando: não transferimos conhecimento. Transmitimos ideias e informações, que o ouvinte vai assimilar e acomodar à sua bagagem de
conhecimentos.
- “Era isso
que eu tinha para apresentar”:
Não existe
forma menos interessante de terminar uma fala.
Dá a
impressão que o palestrante se desincumbiu de um fardo. A obrigação de ter aproveitado
o conteúdo do que foi dito é do ouvinte. Fiz a minha parte, se você quiser
saber mais: “se vire”!
Como
pretendo voltar a esse assunto em postagem futura, não vou me estender sobre
ele.
Na postagem
de hoje, procuramos avaliar erros. Quando avaliamos erros, nos preparamos para
não repeti-los.
Desejo que você perceba a importância de preparar bem sua
apresentação, para que ela seja agradável e fique na memória dos seus ouvintes.
Será que o
que falamos até aqui foi claro? Está ajudando você, que me lê, a ter uma ideia do
que deve buscar e o que deve evitar quando estiver preparando uma palestra, uma
apresentação?
Espero que
sim.
De qualquer
forma, se houver dúvidas, pergunte nos comentários, abaixo ou envie-me um email
– sergiopfsjc@gmail.com.
Se você
gostou, compartilhe.
Grande
abraço e até a próxima postagem. Fique com Deus.
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